Relacionamento Aberto

08/04/2010 19:42

 

“Eu sou de ninguém

Eu sou de todo mundo

E todo mundo é meu também”

(Tribalistas - Composição: M. Monte, C. Brown e A. Antunes)

             Atualmente diversas pessoas são adeptas ao relacionamento aberto. Mas afinal de contas, o que seria isso? A música dos Tribalistas - Já sei namorar – ilustra bem este tipo de relação. Um relacionamento onde as pessoas escolhem um companheiro, porém não querem nenhum tipo de rótulo (do tipo namoro) para evitar um compromisso mais sério e assim não “pertencem” a ninguém estando livre para todos.

            Pessoas que defendem essa nova “modalidade de amar” justificam as vantagens de estarem livres de relacionamentos pegajosos e sufocantes. Enfim, terem sua individualidade preservada. E muitos apóiam tal teoria no poema de Fritz Pearls (1893-1970), considerado o pai da Gestalt Terapia, que fala sobre a necessidade da individualidade nas relações amorosas:

 

“Eu sou eu.

Você é você.

Eu não estou neste mundo para atender às suas expectativas.

E você não está neste mundo para atender às minhas expectativas.

Eu faço a minha coisa.

Você faz a sua.

E quando nos encontramos.

É muito bom.”

            Se por um lado é ótimo, “eu não preciso de você e você não precisa de mim”, por outro surge consultórios psiquiátricos e de terapias psicológicas lotadas de pessoas com problemas de relação interpessoal, pessoas que às vezes até querem, mas não conseguem um relacionamento duradouro, e isso é preocupante.

            Essas pessoas, na maioria das vezes, ocultam o medo de assumir compromissos mais sérios evitando serem magoadas, mesmo porque muitas já sofreram anteriormente com “amor” e buscam um tipo de “proteção” ao evitar um namoro. Somando-se a isso a imaturidade emocional e o egoísmo que estão camuflados na expressão liberdade, uma vez que “estar com você é bom quando estamos próximos, mas uma vez longe não há problemas em procurar outro”.

            Quem sabe a raiz do problema não esteja dentro de casa, nos padrões e exemplos familiares da falta de amor e entrega, da mídia que tenta criar moda até com os sentimentos, incentivando o egoísmo e a idéia de que tudo é descartável.

            Assim anula-se a referencia de amor mutuo entre as pessoas e o seu verdadeiro significado de não só receber, mas sim de se doar.

            Muitas vezes a questão de não querer rotular a relação (namoro), mostra que não é amor de verdade, ou não se tem certeza do mesmo. Porque quando o amor é verdadeiro assume-se com a maior facilidade, “gritando” ao mundo inteiro que esta apaixonado e amando aquela pessoa que você não tira da cabeça, do coração e que te faz tão bem. Pois no fim todos querem achar sua cara metade e isso sim é viver a vida prá valer!

    

   Autoria:  RC                                                                            

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